| Quando eu voltei lá no sertão | 
| Eu quis mangar (zombar) de Januário | 
| Com meu fole prateado | 
| Só de baixo, cento e vinte, botão preto bem juntinho | 
| Como nêgo empareado | 
| Mas antes de fazer bonito de passagem por Granito | 
| Foram logo me dizendo: | 
| «De Itaboca à Rancharia, de Salgueiro à Bodocó, Januário é omaior!» | 
| E foi aí que me falou mei' zangado o véi Jacó: | 
| «Luí» respeita Januário | 
| «Luí» respeita Januário | 
| «Luí», tu pode ser famoso, mas teu pai é mais tinhoso | 
| E com ele ninguém vai, «Luí» | 
| Respeita os oito baixo do teu pai! | 
| Respeita os oito baixo do teu pai! | 
| «Eita com seiscentos milhões, mas já se viu! | 
| Dispois que esse fi de Januário vortô do sul | 
| Tem sido um arvoroço da peste lá pra banda do Novo Exu | 
| Todo mundo vai ver o diabo do nego | 
| Eu também fui, mas não gostei | 
| O nego tá muito mudificado | 
| Nem parece aquele mulequim que saiu daqui em 1930 | 
| Era malero, bochudo, cabeça-de-papagaio, zambeta, feeei pa peste! | 
| Qual o quê! | 
| O nêgo agora tá gordo que parece um major! | 
| É uma casemiralascada! | 
| Um dinheiro danado! | 
| Enricou! Tá rico! | 
| Pelos cálculos que eu fiz | 
| Ele deve possuir pra mais de 10 contos de réis! | 
| Safonona grande danada 120 baixos! | 
| É muito baixo! | 
| Eu nem sei pra que tanto baixo! | 
| Porque arreparando bem ele só toca em 2 | 
| Januário não! | 
| O fole de Januário tem 8 baixos, mas ele toca em todos 8 | 
| Sabe de uma coisa? Luiz tá com muito cartaz! | 
| É um cartaz da peste! | 
| Mas ele precisa respeitar os 8 baixos do pai dele | 
| E é por isso que eu canto assim!» | 
| «Luí» respeita Januário | 
| «Luí» respeita Januário | 
| «Luí», tu pode ser famoso, mas teu pai é mais tinhoso | 
| Nem com ele ninguém vai, «Luí» | 
| Respeita os oito baixo do teu pai! | 
| Respeita os oito baixo do teu pai! | 
| Respeita os oito baixo do teu pai! |