| Eu uso óculos escuros | 
| Para as minhas lágrimas esconder | 
| Quando você vem para o meu lado | 
| As lágrimas começam a correr | 
| Sinto aquela coisa no meu peito | 
| Sinto aquela grande confusão | 
| Sei que eu sou um vampiro | 
| Que nunca vai ter paz no coração | 
| Às vezes eu fico pensando | 
| Porque é que eu faço as coisas assim | 
| E a noite de verão ela vai passando | 
| Com aquele cheiro louco de jasmim | 
| E fico embriagado de você | 
| E fico embriagado de paixão | 
| No meu corpo o sangue já não corre | 
| Não, não, corre fogo e lava de vulcão | 
| Eu fiz uma canção cantando | 
| Todo o amor que eu tinha por você | 
| Você ficava escutando impassível; | 
| Eu cantando do teu lado a morrer | 
| Ainda teve a cara de pau | 
| De dizer naquele tom tão educado | 
| «oh, pero que letra tan hermosa | 
| Que habla de un corazón apasionado!» | 
| Por isso é que eu sou um vampiro | 
| E com meu cavalo negro eu apronto | 
| E vou sugando o sangue dos meninos | 
| E das meninas que eu encontro | 
| Por isso é bom não se aproximar | 
| Muito perto dos meus olhos | 
| Senão eu te dou uma mordida | 
| Que deixa na tua carne aquela ferida | 
| E na minha boca eu sinto | 
| A saliva que já secou | 
| De tanto esperar aquele beijo | 
| Aquele beijo que nunca chegou | 
| Você é uma loucura em minha vida | 
| Você é uma navalha para os meus olhos | 
| Você é o estandarte da agonia | 
| Que tem a lua e o sol do meio-dia |