| Passei toda a tarde ensaiando, ensaiando
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| Essa vontade de ser ator acaba me matando
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| São quase oito horas da noite, e eu nesse táxi
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| Que trânsito horrível, meu Deus
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| E Luzia, e Luzia, e Luzia
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| Estou tão cansado, mas disse que ia
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| Luzia Luluza está lá me esperando
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| Mais duas entradas, uma inteira, uma meia
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| São quase oito horas, a sala está cheia
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| Essa sessão das oito vai ficar lotada
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| Terceira semana em cartaz James Bond
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| Melhor pra Luzia não fica parada
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| Quando não vem gente, ela fica abandonada
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| Naquela cabine do Cine Avenida
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| Revistas, bordados, um rádio de pilha
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| Na cela da morte do Cine Avenida, a me esperar
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| No próximo ano nós vamos casar
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| No próximo filme nós vamos casar
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| Luzia, Luluza, eu vou ficar famoso
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| Vou fazer um filme de ator principal
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| No filme eu me caso com você, Luluza, no carnaval
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| Eu desço do táxi, feliz, mascarado
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| Você me esperando na bilheteria
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| Sua fantasia é de papel crepom
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| Eu pego você pelas mãos como um raio
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| E saio com você descendo a avenida
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| A avenida é comprida, é comprida, é comprida…
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| E termina na areia, na beira do mar
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| E a gente se casa na areia, Luluza
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| Na beira do mar
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| Na beira do mar |