| Ok, minha senhora estoy aqui a dança comigo
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| Porém não sei até quando yo bailarei contigo
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| Dentro em breve eu vou passar e você vai ficar
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| Infelizmente será assim terá que prosseguir sem mim
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| Você continua, mas eu terei um fim
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| Não deveria, mas te amo mesmo assim
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| Mesmo você tendo feito mal pra mim
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| Também seduziu meu pai e não foi boa com ele
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| Nem com outros que vieram antes dele
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| Homens que te amaram e você os desprezou
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| Gente que por você suou e sangrou
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| Você enlouquece, seduz e enebria
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| Rouba meu tempo, tira minha energia
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| É suja, mas mesmo assim brilha
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| Enriquece quem não merece, empobrece quem não merece
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| Um labirinto de concreto e estresse
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| Em você meu sangue ferve
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| Anoitece e seus filhos órfãos fazem preces
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| A cidade
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| Balas perdidas cortam seu céu
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| A cidade
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| Cruel como uma besta e doce como o mel
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| A cidade
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| Injúria, luxúria e falsidade
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| A cidade
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| Desigual, imprevisível, imparcial
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| A cidade
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| Cheiro de morte, som de metal
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| A cidade
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| Desnaturada com seus filhos, com estranhos fraternal
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| Aqui nunca da pra prever Sampa, São Paulo, SP
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| É tão difícil imaginar o seu início
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| No princípio nada, hoje gigantescos edifícios
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| Prédios altos que mudaram destinos
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| Construídos por nordestinos
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| Que não foram aceitos como inquilinos
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| Placas de «construímos», placas de «admitimos»
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| Será que vai chover, será que vai fazer calor
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| Liga o rádio e vai ouvir que o trânsito congestionou
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| Gente de tudo quanto é raça
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| Muito asfalto na cidade e pouca praça
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| Judeu, coreano, português, japonês e chinês
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| Miscigenam a babilônia latino-americana junto com vocês
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| Comércio árabe, italiano, norte-americano
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| Negociam seus produtos
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| Na grande metrópole do continente sul-americano
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| Pouco vendemos muito compramos, pouco nos concedem
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| Muito deixamos, tudo permitimos
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| Há anos partimos do nosso continente
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| Eu não nasci lá, mas eu o amo
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| L-U-O afro-latino sul-americano
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| Salve pros nigerianos do Centro
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| Todos são manos e sabem que se parecem por dentro
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| Só que aqui nessa cidade todos têm preconceito
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| A cidade
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| Balas perdidas cortam seu céu
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| A cidade
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| Cruel como uma besta e doce como o mel
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| A cidade
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| Injúria, luxúria e falsidade
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| A cidade
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| Desigual, imprevisível, imparcial
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| A cidade
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| Cheiro de morte, som de metal
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| A cidade
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| Desnaturada com seus filhos, com estranhos fraternal
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| Aqui nunca da pra prever Sampa, São Paulo, SP
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| Cidade de São Paulo, cada vez mais acinzentada
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| Por prédios já quase toda tomada
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| Ruas, calçadas, viadutos largos
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| Servindo de morada pra aquelas vítimas da miséria malvada
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| Hey, você aí, pense bem se quer vir morar aqui
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| Pela TV pode parecer um paraíso
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| Mas chegando vem junto também o seu prejuízo
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| Terá que ser forte, nem um pouco vulneravél
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| Ou a pressão da «city» te fará se arrepender
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| E aí pode ser muito tarde pra você
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| Grande e agitada, de faces diversificadas
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| Avenidas movimentadas, como a Paulista
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| Uma das mais frequentadas, nela há restaurantes finos
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| Lojas luxuosas, playboys desfilando em carrões importados
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| E a minutos dali existem barracos amontoados
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| Onde a diversão existe, mas é bem diferente
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| Crianças jogando bola descalços nas ruas de terra
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| Esgoto a céu aberto do lado da favela, isso é moh goela
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| Todos aqui carregam seqüelas de uma guerra
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| Como é que eu vou conviver com ameaça terrorista do PCC
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| Você não vê, mas tem fuzil apontado pra você
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| Ouço sirenes, quem será dentro daquela ambulância
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| Se o hospital fosse bom, eu teria mais esperança
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| Cidade, tantos times e seus patrocinadores
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| Anestesiam e aliviam dores
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| De palmeirenses, santistas, são paulinos, corinthianos
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| E assim nós vamos
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| A cidade
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| Balas perdidas cortam seu céu
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| A cidade
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| Cruel como uma besta e doce como o mel
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| A cidade
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| Injúria, luxúria e falsidade
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| A cidade
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| Desigual, imprevisível, imparcial
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| A cidade
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| Cheiro de morte, som de metal
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| A cidade
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| Desnaturada com seus filhos, com estranhos fraternal
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| Aqui nunca da pra prever Sampa, São Paulo, SP |