| De dentro da banheira eu tento entender
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| O que sinto exatamente por você
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| Faço muita espuma e no final
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| Já não sei o que é sonho e o que é real
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| Se eu sinto frio no sexto andar
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| Eu me aqueço desenhando um sol
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| A tempestade bate na janela
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| Sem querer queimei o dedo e apaguei a vela
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| Tento ler meu livro que ficou molhado
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| Já não sei o que é presente e o que é passado
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| Alguém me falou pra eu não cantar
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| Mas se eu te enquadro num pedaço de ar
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| Não posso ignorar os meus desejos
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| Como faz pra continuar
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| Como amar alguém que nunca vai merecer
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| Enquanto alguns só pensam em morrer
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| O diabo parece me temer
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| Um homem bateu na minha porta
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| Faz um tempo que eu não sei como chorar
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| Nunca fugi, nunca escondi
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| Os meus desejos por você
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| Eu sempre fui o seu brinquedo
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| Mas tudo tem um tempo pra durar
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| Deito no tapete e sinto alegria
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| Se alguém me liga a meia-noite, me dá alergia
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| Solto a fumaça em espiral
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| Enquanto colo um adesivo no quintal
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| A chuva fina me faz ficar longe demais
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| Tenho medo de acordar e de olhar pra trás
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| Sinto a pele enrugada dentro da banheira
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| Já nem sei se ontem eu falei besteira
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| Eu me perguntei pra sua mãe
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| Se algum dia ela teve um anel
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| E até comprei para o seu pai
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| Um antigo LP
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| Que embrulhei pra presente sem você perceber
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| Enquanto alguns só pensam em morrer
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| O diabo parece me temer
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| Um homem bateu na minha porta
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| Faz um tempo que eu não sei como chorar
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| Nunca fugi, nunca escondi
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| Os meus desejos por você
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| Eu sempre fui o seu brinquedo
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| Preciso
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| De muito mais
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| Eu vivo
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| E o que é pra ser
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| De longe
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| Será
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| E depois de um dia de sonho
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| Você pode querer bem mais |